quinta-feira, 10 de novembro de 2005

Tempo, o quanto urges.

Quero tempo, preciso de tempo, dêem-me tempo! Pois é, o tempo é curto, saibamos aproveitá-lo.
"O ócio torna lentas as horas e velozes os anos. A actividade torna rápida as horas e lentos os anos. A infância é a actividade máxima, porque ocupada em descobrir o mundo na sua diversidade. Os anos tornam-se longos na recordação se, ao repensá-los, encontramos numerosos factos a desenvolver pela fantasia. Por isso, a infância parece longuíssima. Provavelmente, cada época da vida é multiplicada pelas sucessivas reflexões das que se lhe seguem: a mais curta é a velhice, porque nunca será repensada. Cada coisa que nos aconteceu é uma riqueza inesgotável: todo o regresso a ela a aumenta e acresce, dota de relações e aprofunda. A infãncia não é apenas a infância vivida, mas a ideia que fazemos dela na juventude, na maturidade, etc. Por isso, parece a época mais importante, visto ser a mais enriquecida por considerações sucessivas. Os anos são uma unidade da recordação; as horas e os dias, uma unidade da experiência."
Cesare Pavese, in 'O Ofício de Viver'

Sem comentários: