sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Artigo de opinião acerca dos Bombeiros de Ferreira do Zêzere.

Escrevo este artigo de opinião, por me sentir na obrigação, enquanto ferreirense, munícipe deste Concelho e sócio desta Associação.
Associação transversal a toda a população, associação que tem um papel importantíssimo no socorro à população, associação que pode e deve ser o rosto do voluntariado, da ajuda e da cooperação em Ferreira do Zêzere.
Certamente, muitos me hão-de acusar de nunca ter ido a uma Assembleia Geral, mas também é certo que entendo que o problema que vou relatar tem que ser conhecido de forma mais abrangente. Acho que tenho o dever de alertar. E alerto como um cidadão comum que tem preocupação com a segurança e socorro dos Ferreirenses.
A Associação de Bombeiros Humanitários é sempre uma casa difícil de gerir, envolve muitas pessoas, diversos cargos de direcção, de comando, voluntários e profissionais. Todas as pessoas daquela casa já deram, dão, e continuarão a dar muito de si em prol de ajudar. Eu estarei sempre agradecido, pois sempre fui bem acolhido, bem assistido.
Parece-me a mim que o Voluntariado é a variante mais importante desta Associação, pois sem eles os Bombeiros fecham. São eles que asseguram o socorro, das 21h às 7h em dias úteis e a totalidade dos dias não úteis. Ora isto dá cerca de 60% do tempo.
São eles que lá estão sem qualquer remuneração, arriscando as suas vidas para nos prestar socorro. Então parece-me lógico que algumas decisões deverão passar pelos mesmos.
E falo da escolha do próximo Comandante daquele Quartel. Sim, o homem que comanda a equipa, o corpo de bombeiros. Aquele que tem a missão de comandar, de gerir um grupo de homens, de coordenar, de amenizar problemas, de unir, de salvaguardar, de levar uma missão a bom porto.
Bem sei que a direcção é que tem o poder estatutário de escolher o Comandante do Corpo de Bombeiros. Ora, quem deveria ter essa responsabilidade era o Corpo de Bombeiros, pois serão eles os comandados por tal pessoa.
Parece-me que esta Associação, em termos operacionais poderá cair no fundo, caso não ouçam o seu corpo de bombeiros. E isto é demasiado grave para ser verdade. A Direcção é quem manda, mas neste caso deverá haver prudência. As consequências poderão ser desastrosas.
Acredito que dentro desta Associação tenhamos pessoas com capacidades de desempenhar tal função.
Fico a aguardar que seja eu o equivocado, mas tudo indica que não. Esta associação não vive sem os voluntários e eles só lá estão se quem mandar seja benfeitor com eles. Se não forem bem comandados, bem valorizados, se não forem ouvidos, então não há vontade de pertencer a esta associação.
Conclusão, acho errado que se tome uma decisão tão importante como esta, sem ouvir o Corpo de Bombeiros.
Tenho esperança que este corpo de bombeiros seja respeitado, a começar pelo seu próprio órgão directivo.

Bruno Gomes
Sócio nº 3323

Artigo publicado no Jornal "O Templário"