segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Censura ou Sensura.

Escrevo sem saber sequer se esta crónica/reflexão estará presente neste jornal.
Confesso que, há uns tempos para cá, julgava existir pluralidade e uma certa liberdade de escrita neste jornal. Creio que isso continuará a existir.
Existe até um espaço onde se diz que os artigos de opinião são somente de responsabilidade dos autores; boa e correcta escapatória de defesa da redacção.
Julgo que a liberdade não deve ter preço, porque se tiver ou pagamo-la ou resignamo-nos a ficar sem ela. Paga-la, posso-a pagar, mas à minha maneira. Ficar sem ela é que nunca ficarei.
Bernard Noel, escritor Francês, pegou na palavra Censura e colocou-lhe um “S” no lugar do “C”. Explicou-o dizendo:
“O objectivo da antiga censura consistia em tornar o adversário inofensivo, privando-o dos seus meios de expressão; a nova , que denominei sensura , esvazia a expressão para a tornar inofensiva, método mais radical e menos visível”.
A sociedade de ontem, autorizava somente aquilo que não a incomodava. A de hoje já se move de outra forma. Move-se pela Igualdade de Oportunidades, pela Liberdade de Expressão e pelo Pluralismo. Valores obrigatórios nos tempos de hoje. Resta-me concluir em que sociedade estou.
Mas creiam, fiquei sem saber se a censura ou sensura existe ou não. E isso é grave.
Convicto do bom senso que impera neste Quinzenário do meu Concelho, acredito que continuarei a poder exprimir-me livremente.
Publicado no DZ desta Quinzena.

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