domingo, 17 de setembro de 2006

Ser-se crítico.

Tenho vindo, com pouco ou muita regularidade, com boa ou má intenção, de forma pessoal ou não, auscultando que sou crítico em relação a um conjunto de factores políticos, de uma só cor, de um só sistema.

Falava há poucos dias com uma Vereadora do PSD (que me dou bastante bem), de uma Câmara Municipal próxima de Ferreira do Zêzere, dizendo-lhe que costumava tomar posturas bastante críticas, duras e incómodas. Ela disse-me que era sempre bom existir quem criticasse, pois isso fazia com que o executivo andasse na linha, fosse mais exigente consigo próprio e não cometesse tantos erros. Quem me dera que assim fosse neste Concelho.

Chamem-me quase tudo o que quiserem, mas já dizia Abraham Lincoln, antigo Presidente dos Estados Unidos, “Só tem direito de criticar aquele que pretende ajudar”. E eu pretendo ajudar.
Ser crítico em Ferreira do Zêzere é receber chamadas em anonimato a dizer para escrevermos algo de jeito no jornal, é sermos chamados a testemunhar só porque alguém algures por aí (também no anonimato, mas desta vez com IP) escreveu sobre outro alguém no blogue “Algures por Ferreira”.
Mas isso sim é cobardia. Cobardia é falar no anonimato, é não ter a coragem de dizer as coisas publicamente, de olhar as pessoas na cara, de tocar com o dedo na ferida.
Sinto na pele que pago um preço demasiado alto por dizer as coisas que muita gente não quer que se digam. Acredito até que sou demasiado duro. Mas só assim existe feedback. E ter feedback nestas situações é ter consciência que o objectivo primordial está alcançado. E esse objectivo trará resultados.
“Em democracia, ter opinião é mais uma obrigação do que um direito. Não ter medo de dizer alguns disparates não representa um acto de coragem. O que não ajuda o país são os silêncios da conveniência”, já dizia António Almeida no Diário Económico de alguns anos atrás.
E assim será a minha conduta, ciente que existem regras, leis e limites nas tomadas de opinião num Estado de Direito.
Publicado no DZ desta Quizena.

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