Há uns dias atrás, numa reunião da Distrital, tomei conhecimento de que o espólio de Alfredo Keil (que a Câmara Municipal presidida pelo Sr. Luís Ribeiro Pereira rejeitou) irá para Torres Novas, cidade que acolheu com o maior entusiasmo a criação de um espaço evocativo deste grande músico e pintor que foi simultaneamente o autor do nosso Hino Nacional.
Vi a alegria estampada no rosto do meu camarada António Rodrigues pela enorme alavanca que a criação deste museu irá ter no desenvolvimento do turismo do seu Concelho e soube mais tarde que a aceitação deste espólio tinha sido aprovada na Câmara Municipal de Torres Novas por UNANIMIDADE!
Senti-me orgulhoso pelos Torrejanos, senti-me feliz por saber a Sul do meu Concelho existe um Município presidido por alguém com espírito de iniciativa e uma oposição responsável que em momentos chave está do lado do Concelho porém, nessa noite voltei para casa triste, muito triste.
Triste por saber que este espólio foi oferecido a Ferreira do Zêzere e que a Câmara não o aceitou. Triste por saber que no Distrito de Santarém nenhum outro Concelho inspirou tanto Alfredo Keil como o de Ferreira do Zêzere, triste por ver que, por aqui, os edifícios históricos ligados a Alfredo Keil estão votados ao abandono e à ruína.
O Museu vai para Torres Novas, a Casa do Adro continua de portas fechadas e o nosso futuro continua adiado e cada vez mais comprometido por actos como este. Como Ferreirense resta-me a esperança de que no futuro Museu o Concelho de Ferreira do Zêzere mereça o destaque que Keil lhe soube dar e o carinho que lhe dedicou de forma a que todos os Ferreirenses se possam orgulhar do seu passado, mesmo que para isso se tenham de deslocar a Torres Novas!
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