segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O desafio das Câmaras Municipais como a nossa.

Não deixo de assistir com tristeza, desânimo e incompreensão, a toda esta crise financeira mundial.
Primeiro porque quem a provocou foi o capitalismo puro, apressado, animalesco e desregulado, segundo porque Portugal estava muito melhor se tal não tivesse acontecido.
Nem tudo são más notícias, o nosso Sócrates mantém-se reformista, convicto do que pensa para Portugal está correcto, ao ponto de aumentar o salário mínimo nacional para 450€, o que eu considero absolutamente justo. Viver com menos é não viver bem e isso dá que pensar.
Olhando para o ano que aí vem, e para as eleições autárquicas, vejo que as Câmaras Municipais/candidatos/listas terão obrigatoriamente que repensar os seus objectivos, as suas promessas, os seus projectos.
A política do betão, com toda esta crise, com dificuldades na obtenção de crédito, juros, instabilidade, terá que ser minuciosamente programada, estudada, sob pena de se sobre endividar as gerações futuras.
Os projectos terão que ser pensados em harmonia com os vizinhos, numa lógica de interligação. Cada vez mais as oportunidades se esgotam e os conhecidos fundos acabam em 2013.
Teremos que ter um olhar diferente perante os munícipes, perante as suas dificuldades, perante os seus anseios. Terão que ser mais participativos na vida da sua Câmara e isso consegue-se, mas temos que ser nós a chegar até eles.
Sendo a Câmara a maior entidade empregadora (que me custa dizer isto, antes não o dissesse), julgo que temos que repensar toda a estrutura económica e empresarial deste nosso Concelho, sob pena de daqui a meia dúzia de anos, Ferreira ficar sem ninguém.
Batemos três vezes na madeira, mas é possível.
Resta-nos acreditar no Sócrates, e agradecer (nestas alturas é bom) Portugal ser um país pequeno e não sofrer tanto como os grandes com esta crise.

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