sexta-feira, 31 de março de 2006

Galvão Teles inicia rodagens de novo filme.

Dornes, em Ferreira do Zêzere, é uma pequena aldeia perdida no tempo. A vida passa devagar junto dos 22 habitantes da localidade e a calma é de tal ordem que se consegue ouvir o som da água do rio Zêzere a bater nas pequenas embarcações, sempre que o vento sopra mais forte. Foi este cenário idílico que apaixonou Luís Galvão Teles e o levou a escolher esta aldeia para a acção central do seu mais recente filme, 'Dot.com', que hoje começa a rodar.
Mas a escolha do cenário não foi fácil. O realizador andou quase dois anos a percorrer aldeias do país, em busca da sua Águas Altas - localidade onde tudo se vai passar. Conheceu Dornes em Janeiro último e, como ele próprio contou ao JN, "não precisei de ver mais nada".
Desde então, tem passado vários dias na localidade, onde conheceu inúmeros moradores, cujas características vai tentar passar para a tela, através dos actores que escolheu para o filme - João Tempera, Marco Delgado, Maria Adanez e Isabel Abreu, entre outros.A população local, que acolheu de braços abertos os actores e a equipa de produção, entra em várias cenas.Nos vários recantos da aldeia, nada habituada a animações deste tipo, o filme é o assunto mais falado.
'Dot.com' é uma comédia, cujo tema central são as novas tecnologias de informação. Um engenheiro cria, ali, um site da aldeia, Águas Altas, entrando em confronto com uma multinacional que tem o mesmo nome. Através de várias cenas, recheadas de humor, o filme vai explorando esta guerra entre David e Golias.
Galvão Teles experimenta uma particularidade inédita nunca antes um filme seu foi rodado tanto tempo num só cenário. A acção vai decorrer praticamente toda na aldeia - a equipa filmará ali nas próximas sete semanas -, com excepção de uma cena em Madrid e outra em Tomar.
O filme tem orçamento de cerca de dois milhões de euros, segundo explicou François Gonot, produtor executivo. Mas, produzido pela portuguesa Fado Filmes, terá co-produção de outras quatro empresas, de Espanha, Irlanda, Reino Unido e Brasil.
Não muito expectante em relação à reacção do público português, é no estrangeiro que o realizador centra a sua aposta. Pela primeira vez também, tem uma porta aberta no mercado inglês, através do trabalho de co-produção da Ipso Facto.
Helena Silva

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