sábado, 17 de setembro de 2005

Imprevista observação

Estava eu no rotineiro almoço de Sábado, com os olhos no telejornal, quando, e inevitavelmente, dei comigo a ouvir uma conversa entre uma criança de 6/7 anos e um adulto com cerca de 35.
Dizia o adulto, "a vida não pode parar, por vezes o homem e a mulher têm que se separar devido a certas coisas, como o álcool, a fidelidade, o facto de não se entenderem. É assim a vida de hoje".
Ele até tem razão, é um problema da nosso sociedade, mas perde-a toda por estar a falar com uma criança.
Era preferível transmitir valores de uma vida a dois, de um compromisso, algo superior, algo orientador.
Há uma altura, num livro de Paulo Coelho, em que ele compara a vida a dois às linhas de caminhos de ferro. Tem razão, para o comboio não descarrilar, as linhas não se podem afastar nem aproximar, têm que estar sempre paralelas. Se alguma linha se desvia do seu trajecto, toma outro rumo, o comboio descarrilha. Com uma relação passa-se a mesma coisa.
Mas tenho que me ir habituando, e eu peco por ser um pouco conservador, cada vez mais a nossa sociedade perde os valores, a dignidade, a honra. Os compromissos valem zero. O que se sente hoje, já não se sente amanhã; o que hoje é um determinado objecto, amanhã já não o é.

Sem comentários: