quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

Olhar o Ano Novo como uma criança.

Por vezes era bom voltarmos a ser crianças, a pensar como elas, a agir como elas, sem maldade, sem sermos influenciados pelo mundo cheio de sentimentos contraditórios, sem responsabilidades. Quem me dera. Como não posso, vou sê-lo nesta minha reflexão, que me desculpem.
“Já passou mais um Natal, confesso que ando eufórico com tantas prendas que recebi.
O Natal é sempre um momento de faz-de-conta (os meus colegas mais velhos é que dizem, mas eu acredito que o Pai Natal existe, já o vi), de fantasia, do sonho e do desejo, das doações e dos presentes.
Está quase a chegar o Ano Novo, o dia em que saltamos a fogueira, em que pegamos nos tachos lá de casa e fazemos barulho para espantar os males do ano que passou, isto disse-me o meu avô.
Juntamo-nos para passar o “réveillon”, nome esquisito não é?! Significa “despertar do dia” em Francês, fui ver ao dicionário.
A minha mãe disse-me que em Nova Iorque, a celebração mais famosa de Ano Novo é a do Times Square, onde uma bola gigante começa a descer às 23:59 até atingir o prédio onde está instalada, marcando exactamente 00:00:00.
No Rio de Janeiro é o fogo de artifício em Copacabana.
Na Escócia, há vários costumes. A tradição de se ser a primeira pessoa a pisar a propriedade do vizinho, conhecida como “first-footing” (primeira pisada) e até mesmo presentes simbólicos são dados para desejar boa sorte, como biscoitos.
Em países de língua inglesa, cantar e tocar a música “Auld Lang Syne” é muito popular logo após a meia-noite.
O que a minha mãe sabe…?!
Não me posso esquecer de comer 12 passas, uma por cada mês do novo ano. Já sei os desejos que vou pedir e tudo. Ah, também tenho que vestir uma peça de roupa interior de cor azul, dizem que dá sorte.
Agora, não contem a ninguém, dizem que pôr uma moeda na mão à meia-noite dá dinheiro. Será verdade?!
E outra coisa, sabem que subir a uma cadeira dá poder e altura, imaginem se alguém fica a saber desta tradição!? Uff… Queira Deus que não.

Tenho que vos dizer, esqueci-me de oferecer uma prenda a uma pessoa. Antes tarde que nunca, já dizia o meu avô.
Deixem-me cá pensar…, já sei, vou-lhe comprar uma máquina de calcular igual à que recebi neste Natal, científica, para ver se não se engana a contar os leitores (oops, faltou o “e” no início da palavra) de Ferreira do Zêzere.
Parece o Joãozinho da escola primária, anda sempre a fazer queixinhas e com quezílias, arre.
Espero bem que não saiba que ofereci a prenda que me deu a um grande amigo dele. Não fazia sentido dar-me a mim uma pista de carros. Ele sabe perfeitamente que os meus carros não dão naquelas pistas, são pequenos. Como não sou invejoso, dei-a a outra pessoa, se ele não gostar da prenda pode ser que a troque por um parque infantil. Sempre pode brincar mais.”

Caros leitores, desejo-vos um Óptimo e Feliz Ano Novo, com muito amor. Um forte abraço.
Reflexão publicada no DZ desta Quinzena.

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