sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

(Não) Vida de Trabalhador/Estudante.

Estando nesta altura os alunos (eu incluído) do Ensino Superior com frequências e exames, lembrei-me de partilhar um pouco a minha curta experiência enquanto trabalhador-estudante.
Trabalho desde cedo e sempre quis fazer um conjunto de coisas que achava serem fundamentais e necessárias para a minha vida.
Quis acudir a tudo, quis ter o meu rendimento ao fim do mês sem que isso implicasse deixar de estudar. Possível, mas deveras complicado.
“Quem a muitos burros toca, algum tem de deixar para trás”. É verdade. Mas eu prefiro alterar este ditado dizendo “Quem a muitos burros toca, algum tem de ir buscar lá atrás”.
Nem sempre os burros podem ir à frente, mas não podemos deixar nenhum para trás.
Neste momento tento equilibrar a insatisfação que tenho por não me poder dedicar completamente ao trabalho nem à minha educação.
Um problema bicudo de resolver. Deixar de trabalhar!? Impensável. Deixar de estudar?! Impensável também.
Não tenho tempo para estudar e não tenho tempo para aumentar o meu rendimento ao fim do mês, situação ingrata, esta.
Que fazer!? Tentar fazer as frequências em cima do joelho, só para passar e ficando sem conhecimentos adquiridos!? Ou fazer as frequências com os conhecimentos totalmente estruturados e organizados?! Isso implica que algumas não se façam e provavelmente um chumbo no fim dos dois semestres. Mas sei que saio preparado para o mercado de trabalho, caso queira exercer na área que estudei.
Trabalho menos, tenho dificuldade em suportar todas as despesas. Trabalho mais, tenho dificuldade em fazer as frequências. Decido o quê!? Acabar o curso daqui a 4 anos ou daqui a 7?!
Tendo em conta o desemprego que existe a solução mais ponderada será virar-me para o trabalho e fazer o curso em mais tempo.
O contrário é dificílimo, implica riscos e no final implica provavelmente ficar a pertencer à estatística dos não empregados.
Tudo isto implica a minha não realização. Não suporto o sufoco de não conseguir suportar as despesas, mas também não suporto o sufoco de não fazer o curso em 4 anos.
Como fazer coabitar estes dois vectores, para que se possam equilibrar!?
A vida é ingrata e podia ser mais fácil. Insurge-se por vezes e impõe problemas e tomadas de decisão que nem sempre a consciência aceita deliberadamente, como que injustiças se tratassem.
Vida difícil esta, que nos faz cair na impaciência. O tempo passa rápido. Há que saber organizá-lo, usá-lo do melhor modo e esperar que nos corra de feição. Sigamos os caminhos mais seguros, mais estáveis e de forma ponderada. Aqui fica uma palavra de apreço aos trabalhadores-estudantes, pois certamente passam pelo mesmo dilema que eu.
Cumprimentos
Reflexão do DZ desta quinzena.

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